sábado, 10 de abril de 2010


Há um mar que me envolve
E uma árvore
Que me dá raiz
Das ondas
Faço a minha música
Das folhas
O meu sentir
Na areia
Encontro a vida
Com os troncos
Reaprendo a rir
Com o azul
Vem esta dança
Da seiva
Retiro a esperança
Que me faz caminhar
Transformo a natureza agora
Mas antes que morra a hora
Lanço a minha árvore
Ao mar!



Alpiarça
11.04.2010
00h02

sexta-feira, 9 de abril de 2010

alfabeto sem A

Olhei para as ondas de um mar
Que de vermelho se faz
E o mar transformou-se em vida
E em espiga se desfaz

Do mar nasceu uma tela
Que para mim sorria
E de cada letra tão bela
Um sonho renascia

Vinham com as letras alguns ventos
Que de rosa se vestiam
Traziam certos sentimentos
E nas dunas se escondiam

Eram verdes os meus olhares
E na tela se encantaram
E vinham também as gaivotas
Que na areia desmaiaram

Dei um salto nas cores
Que pincelavam este sentir
Dos ramos saíram gestos
Que não me deixaram fugir

Deixei-me entrar neste quadro
E ao paraíso fui levado
Dele não quero mais soltar-me
Deixem-me ficar encantado.

quinta-feira, 8 de abril de 2010


Vem vida, deixa-me
Acariciar o veludo do teu tempo
Abre os teus braços
Deixa-me
Ouvir o som dos teus passos
Segue este branco
Em que registo
Estas letras que o não são mais
São sonhos
Deste tempo
Em que existo
E sem elas não viverei jamais
Vem vida, descruza-me
As linhas que vinhas tecendo
E com os dias desfazendo
As horas que não eram iguais
Segreda-me as palavras
Que só tu sabes segredar
Agora já não te resisto
Não serei eu se não insisto
Em abrir os sonhos
Para te abraçar.



Penacova (Felgueiras)
06.04.2010
18h59

A casa


Vozes
há vozes que já não se escutam
mas que ainda se ouvem
contam-nos segredos
tempos passados
memórias de espaços
preenchidos
habitados

E se as vozes nos chegam
deixemos que falem
que nos encantem
que nos embalem

São vozes que se renovam
num espaço que não morreu
perguntemos às vozes
por que chegaram a um mundo
que agora é meu

Ouço as vozes chamarem
um gato que adormeceu
no Sol deste chão
e o chão está gasto
e o gato enrola-se no tempo
que agora só ouve uma palavra:
solidão.

Memórias de uns dias no Minho


A vida faz-se de momentos, de experiências, de memórias, de lugares, de pessoas, de cores, de sons, de tudo!

Por vezes, exigimos demais da vida quando ela apenas nos pode dar simplicidade. Para quê pedir mais, se é com simplicidade que vamos construindo a nossa felicidade?

Os dias passados na Freguesia de Penacova (Vizela, Felgueiras) foram dias felizes, porque foram repletos de simplicidade, de muita amizade, de muito convívio, de excelente comida e de vinho fantástico. E o verde da paisagem, esse, morrerei com ele no olhar!!!!