quinta-feira, 15 de abril de 2010


Separa-nos um oceano de tempo
Ou um céu
Feito a partir do teu olhar
Junta-nos a voz dos teus segredos
Os gritos dos teus medos
A dança do teu caminhar
Toca-nos no riso
A suavidade
De uma fuga
De um querer fazer
Mas para a vida
Não há idade
Para a fuga
Não há segredos
Para o fazer só há vontade
Abraça-nos uma longínqua distância
Uma imensidão de folhas pintadas
Se para a distância não há lugar
Então para quê recusar
A junção das vidas separadas?

As águas que bailam nos rios sem margem
São feitas de luz neste meu caminho
Trazem-me à memória vestígios de imagens
E com elas já não vivo sozinho
As águas que voam na mente que passa
São pequenos sinais de um tempo vivido
Trazem-me ao caminho a morte da desgraça
Apagam as horas de um mundo sofrido
As águas que escrevem neste papel encantado
São leves pétalas de flores por inventar
Trazem-me ao pensamento um tempo passado
São águas, são tudo e nelas quero mergulhar
As águas que pintam sem telas nem cores
São feitas de riscos e riscam a vida
Trazem-me cheiros perfumados de sabores
Devolvem-me ao tempo o tempo da partida
As águas que vão neste rio sem foz
São águas tecidas de um véu que invento
Trazem-me de regresso a minha própria voz
Calam-me a tristeza, a solidão e o lamento.

quarta-feira, 14 de abril de 2010


Quando te sentas e te encaminhas
Para uma lua que lá fora vive
Sabes que há também a outra parte
A parte do brilho escondido
Que te aguarda
Que te acaricia
Que te invade
E ao resistires ao brilho
Oculto ou dissimulado
Também tu te tornas outro
Encoberto
Camuflado
Trazes então à mente os passos que outrora deste
E os passsos ficam eles sós
Porque o teu corpo desmaia
Vais então buscar à poesia
A tua voz
E desse tempo passado
Foges para te encontrares
Não estremeças
Há no brilho da lua os mares
Há nos passos que soltares
A tua vida
Mesmo que não a peças.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Passam os anos por mim
Passam e não os guardo
Passam e não os tenho
Passam e não os sinto
Sinto apenas que estou mais vivo
Sinto apenas que tenho mais experiências
Sinto apenas que guardo mais momentos
E em cada dia de aniversário
consigo ser um tanto
ou quanto?
feliz!
Porque me basta passar pelos anos
Porque me basta guardar os momentos
Porque me basta ter mais experiência
Porque me basta conhecer a vida
assim...
feliz!

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Vagueias
Nas folhas do tempo
Recordas
Lágrimas de escuridão
Se vestes
O corpo de lamento
Despe a alma de cinzento
Embeleza o teu coração!
Escreve
Não ignores o verbo sonhar
Voa
Salta
Respira
É na vida que te deves encontrar.
Há um tempo que te espera
Na esquina do teu viver
Recorta o branco que te elimina
Vai à procura do que te anima
Destrói o verbo sofrer
Ouve
Mas não te canses
Mesmo que o sorriso não venha agora
Canta mesmo sem voz
Vê que a vida somos nós
Este tempo é a tua HORA!

A minha vida é feita de cores

sou uma tela preenchida

se não vejo a beleza das cores

não vejo a beleza da vida.

domingo, 11 de abril de 2010



Quero as mãos do teu veludo
À volta do meu sentir
Desejo que o nada se transforme em tudo
Para que possa voltar a sorrir
Traz-me o sol que não brilhou
Quando a madrugada escondeu a lua
Ondula o teu sorriso nos meus lábios
Reinventa a alegria que era só tua
E se não voltares ao meu viver
Nesta manhã sem alegria
Devolve-me, ao menos, a minha paz
E veste-a com a tua magia.

Veste-se de negro, mergulha na ausência,
traz sonhos envoltos em mágoas, em mentes quebradas,
em rios parados, em mundos desfeitos, em doses de nadas.
Não se manifesta pela voz nem pelo brilho,
mas de mão dada com a noite vela-nos o riso,
quebra-nos o mar que para nós construimos!
Afastamo-la delicadamente e ela regressa,
não se submete, invade-nos,
não se compromete, cega-nos.
Não se veste de cor, ausenta-se,
não conhece o amor, fundamenta-se.
E se à noite na leitura a afastamos da razão,
vira-nos as páginas,
toca-nos nos dedos,
humedece-nos os olhos …

é a solidão!
Os amigos são como as gotas de chuva: não temos que fazer nada para aparecerem, surgem na nossa vida e tocam-nos! Quando a amizade pura e genuína nos acompanha, há que orientar os passos no sentido do Sol, para que o seu brilho se faça sempre sentir. Aos amigos que me dão inspiração para viver resta-me agradecer, com palavras... a um amigo um poema:


Não te alimentes de amargura
Não te canses de existir
Faz da tua vida uma procura
Conta comigo para a descobrir

Não deixes de pintar
A vida com tranquilidade
Se não encontrares as cores
Pinta-a com amizade

Não deixes de ter brilho
Nos olhos e no andar
Se só encontrares escuridão
Há um amigo para te orientar

Não deixes de sorrir
Mesmo com lágrimas de solidão
Porque há sempre um amigo
Dentro do teu coração

Não deixes de pensar
Mesmo que o pensamento seja em vão
Porque na voz desse pensamento
Há sempre uma razão

Não deixes de procurar
Mesmo que não saibas o caminho
Se não conseguires encontrar



Não desistas, não estás sozinho!