quinta-feira, 8 de abril de 2010

A casa


Vozes
há vozes que já não se escutam
mas que ainda se ouvem
contam-nos segredos
tempos passados
memórias de espaços
preenchidos
habitados

E se as vozes nos chegam
deixemos que falem
que nos encantem
que nos embalem

São vozes que se renovam
num espaço que não morreu
perguntemos às vozes
por que chegaram a um mundo
que agora é meu

Ouço as vozes chamarem
um gato que adormeceu
no Sol deste chão
e o chão está gasto
e o gato enrola-se no tempo
que agora só ouve uma palavra:
solidão.

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