terça-feira, 30 de março de 2010

memórias...


Estou triste, calado e só
Tenho a alma mutilada
Sinto o corpo diluído em pó
Deixaram-me a alegria rasgada
Vesti o paraíso de negridão
E o olhar ficou parado
Embrulhei a esperança em solidão
Deixaram-me o riso quebrado
Tirei as cores das telas pintadas
E abandonei a dança no ar
Tenho as fantasias adiadas
Deixaram-me nos olhos um mar
Calei os sons do meu dia
E os pássaros ficaram sem ninho
As flores perderam a magia
Deixaram-me o coração sozinho
Rasguei os livros que não li
Para não ler palavras trocadas
Dos dias risonhos desisti
Deixaram-me as chamas apagadas
E se à noite o silêncio na vida
Se sobrepôs à melodia que chora
Então tenho a alma despida
Tragam-me a morte agora!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Nem nada nem ninguém acalma
A revolta que em mim nasceu
Roubaram-me os passos da alma
Levaram-me o sonho que era só meu
Tiraram-me a verdade e a alegria
E pintaram a vida de escuridão
Esconderam-me o sol durante o dia
Afastaram a melodia da canção
E se aos poucos reinventaram o medo
Para me acompanhar nas passadas
Tragam-me de volta o segredo
E reconquistarei as forças derrotadas
Devolvam-me o sorriso e as flores
Que conseguiram eliminar
Pincelem a minha existência com as cores
Com que eu a andava a pintar
Retirem do universo a hipocrisia
A solidão e a crueldade
Matem os sentimentos malignos
Reinventem a felicidade
Só assim renascerei
Para tudo em que acredito
E se não me deixarem falar
Será no silêncio que GRITO!

domingo, 28 de março de 2010

Nasces em cada tempo que passa
morres em cada beijo que se inventa

se não passas em tempo nem em beijos
inventa o tempo para que passes
em beijos que a morte lamenta