quinta-feira, 15 de abril de 2010


As águas que bailam nos rios sem margem
São feitas de luz neste meu caminho
Trazem-me à memória vestígios de imagens
E com elas já não vivo sozinho
As águas que voam na mente que passa
São pequenos sinais de um tempo vivido
Trazem-me ao caminho a morte da desgraça
Apagam as horas de um mundo sofrido
As águas que escrevem neste papel encantado
São leves pétalas de flores por inventar
Trazem-me ao pensamento um tempo passado
São águas, são tudo e nelas quero mergulhar
As águas que pintam sem telas nem cores
São feitas de riscos e riscam a vida
Trazem-me cheiros perfumados de sabores
Devolvem-me ao tempo o tempo da partida
As águas que vão neste rio sem foz
São águas tecidas de um véu que invento
Trazem-me de regresso a minha própria voz
Calam-me a tristeza, a solidão e o lamento.

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