Corpo que invento
Deixo que os nossos tempos se toquem
Aqui de madrugada meu amor
Deixo ainda que os nossos olhos permaneçam assim
Fechados para o mundo
Abertos para o nosso interior
Deixo que os nossos risos se confundam
E que partilhem o sabor húmido de um mar revolto
De um jeito luminoso
Nas nossas peles há o sal da praia onde não fomos
E o suave brilho deste nosso jeito
Carinhoso
Deixo que o tempo se esqueça de avançar
Mesmo sabendo que não o paramos
Mesmo sabendo que a terra se agita
Enlacemos de novo os corpos
Para que a nossa vontade gema
Quando em gemidos grita
Deixo que os nossos cabelos se entrelacem
E façam fios da cor inventada em cada movimento
São fios dourados
De amor desenhados
De poesia pura que para ti invento
Deixo que as nossas bocas segredem
Tudo o que só nós conseguimos ouvir
São segredos escondidos
Feitos de sonhos percorridos
Nas margens do rio para onde queremos sempre fugir
Deixo que a brancura do tempo cegue a escuridão do nosso passado
Fiquemos assim
Inquietos
Loucos mas felizes
De tudo capazes mesmo sem o saber
E sempre que a vontade de ausência venha
Estaremos prontos para o que a vida quiser
Deixo que os meus dedos toquem suaves nos lábios que beijo
E eles trazem para o meu corpo
A vontade que tens
De em mim viver
Deixo que acorde de noite sozinho
Nesta cama larga onde sempre me movimento
Deixo que as paredes tenham sombras
E que o meu corpo tenha o cheiro
Do teu corpo
Que agora invento
domingo, 25 de julho de 2010
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Excelente poema.
ResponderEliminarÉ bom sonhar e reinventar sonhos.
Parabéns