sexta-feira, 7 de maio de 2010

AMARGURA

Podem as águas voltar
Às nascentes de onde vieram
Podem as andorinhas emigrar
Porque o calor não receberam
Podem as flores murchar
Porque a seiva não beberam
Podem as chamas apartar
Os corpos que não aqueceram
Podem os sonhos regressar
Aos leitos que os esconderam
Só não pode o tempo fugir
Da vida ou deste cansaço
Só não podem as lágrimas iludir
A tristeza em que me desfaço
Só não pode o sol esconder-se
Por detrás da nuvem que inventei
Só não pode a tristeza meter-se
Onde o optimismo foi rei
Só não pode o infinito sem cor
Cegar os olhos já sem visão
Mas posso ir e não voltar
Se a esta vida disser que não!

Sem comentários:

Enviar um comentário