Pranto
Pode o céu ser a distância
Que me diz todos os segredos
E me revela em voz de ânsia
Os teus sonhos, limites ou medos
E no céu que inventarmos
Seja a hora da libertação
Seremos nós
Se no tempo pararmos
Eco da nossa ilusão
E é no vento que vem do céu
Que encontramos as melodias
Libertaremos asas e sonhos
Beberemos todas as nossas fantasias
Será no céu que a distância encurtaremos
E voz de todo um tempo seremos
Em uníssono
Em sofreguidão
Ouviremos sangue liberto
Grito e mar desperto
Dentro do coração
Para quê olhar o céu
Para quê voar sem asas
Somos tronco colado à terra
Arma vermelha usada em guerra
Paredes despidas das nossas casas
Para quê esperar o azul
Que de todas as cores vem despido
Há sempre um destino
Choro infeliz
Órfão menino
Que no mundo anda perdido
Para quê beber copos de ilusão
E esperar pétalas de sinfonia
Neste tempo mora a solidão
Em qualquer céu calou-se aquela canção
Intitulada alegria
Para quê gritar e ouvir
O silêncio impera
Calou-se o vento
Vestiu-se de negro a Primavera
No céu escreve-se a palavra lamento
Para quê inventar tempo
Reclamar idade
E olhar as mãos vestidas de dor
Mora aqui a saudade
Sufoca-me a sede de liberdade
Levaram-me o rio do amor.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
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São palavras da tua vida mas ...serão transparências de alma?!
ResponderEliminarDesânimo , solidão, saudade...mas ,amigo , o caminho é sempre a magia , o sonho , a liberdade!
No tecido entre o céu e o azul
ResponderEliminarVoas sonhando nas asas da solidão
O medo e a escuridão
Preenchem o eco de tanta ilusão
Na transparência do desejo de encontrar comunhão
Voo de gaivota quebrada
Em vagas de oceano sem vagas...
... ...
É um poema sofrido. Transparência da alma? Voz de ti, interiorizada, que deixaste vir ao de cima em forma de poema? Seja o que for é muito bonito e, tão sentido que se infiltra em quem lê, como se seguisse um eco. Aliete
ResponderEliminarMuito bom. Gostei
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