segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sinto que sou semente
Ou indefesa raiz
Palavra de um léxico inexistente
Deste viver aprendiz
Sonho que sou onda de um mar
Cuja vida me invadiu
Queria ser asa, vento, luar
Ou sair desta vida que me fugiu
Sinto que sou flor despida
Na natureza abandonada
Bebo a água desta vida
Nunca tenho a sede saciada
Sonho que trago os meus dias
Cheios de palavras ou gente boa
Revejo-me nas noites frias
Quando o tempo me magoa
Sinto que voo sem qualquer asa
Num espaço vazio do meu tamanho
Vivo para lá da minha casa
Sou deste mundo e mundo não tenho
Sonho que sou nuvem em movimento
À hora do dia fechar
Ave muda, pedra em crescimento
Barco triste, sem navegar
Sinto que beijo a vida
De uma forma quase transparente
Se sou uma alma esquecida
Quero voltar a ser gente.

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