domingo, 9 de maio de 2010

ANTEVISÃO

Há nos braços do meu tempo
Fios de seda, flores de mágoas
Há nos risos da vida
A sede feita de muitas águas
Não há tempo para a seda
Se reinventar em tecido
Só há tempo para as mágoas
Fazerem este tempo sentido
Há nos olhos do meu viver
Cores indecisas e sem fulgor
Há nas pernas da minha alma
Algum cansaço, alguma dor
Não há horizonte para os olhos
Nem telas por preencher
As pernas não querem andar
A dor insiste em permanecer
Há nas costas da minha alma
Um rio feito de saudade
Há no coração do meu sofrimento
O cheiro de não ter vontade
Não há alma que aguente
O sofrimento que este coração tem
Nem há saudade que se invente
Quando a alma cheiro não tem
Há na boca do meu pensamento
As palavras que não sabem sorrir
Há nos lábios que eu invento
Um sorriso por descobrir
Não há pensamento que esmoreça
Quando a boca quer falar
Nem sorriso que desapareça
Quando os lábios se querem fechar
Há nos cabelos da minha emoção
Tudo o que os mares querem oferecer
Há no rosto da criação
Algum tempo para eu viver
Não há emoção que eu não conheça
Nem mares que eu não queira percorrer
Há apenas mundo frio, tempo apagado
Quando a minha poesia morrer

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